Parentes e amigos se despedem, nesta quinta-feira (28), de Anderson Cândido de Melo, motorista de caminhão morto a tiros durante uma briga de trânsito em Belo Horizonte. O autor dos disparos é o delegado da Polícia Civil, Rafael Horácio, que foi ouvido e liberado.
O corpo da vítima, de 44 anos, foi liberado no final da tarde desta quarta-feira (27) e a previsão é que o sepultamento aconteça às 15h, no Cemitério Municipal de Igarapé, na região metropolitana. Nesta manhã, amigos e a família de Anderson se reuniram na entrada da cidade para uma cerimônia de despedida.
Crime
O delegado estava com outro policial civil em uma viatura descaracterizada e teria sido fechado pelo caminhão. Segundo a polícia, o reboquista se recusou a parar após ser abordado. Foi quando Anderson teria acelerado e jogado o veículo em direção à viatura. Nesse momento, o delegado atirou no caminhão e baleou a vítima no pescoço.
A família do reboquista, no entanto, discorda da versão da polícia e informou em entrevista à Record TV Minas que não acredita que o motorista tenha fechado o delegado e nem desobedecido a ordem de parada.
Rafael Horário, da Delegacia de Combate ao Tráfico de Drogas, da capital mineira, foi detido e levado para a Casa de Custódia da Polícia Civil de Minas Gerais. Ele confessou ser o autor dos disparos, mas foi ouvido e liberado. De acordo com a PC, o agente alegou que agiu em legítima defesa.
A Polícia Civil informou ainda que o inquérito será concluído em até 30 dias. “A PCMG esclarece que no curso do inquérito todas diligências investigativas possíveis serão realizadas, como depoimentos de outras testemunhas, análise de laudos periciais, arrecadação de imagens de câmeras de vigilâncias, etc., tudo para que se chegue ao esclarecimento completo de todas as circunstâncias do crime, de maneira a proporcionar ao Ministério Público e ao Poder Judiciário os elementos necessários ao processo criminal”, escreveu o órgão por meio de nota.
Protesto contra a violência
Na tarde desta quarta-feira (27), vários reboquistas se reuniram e fizeram um protesto pela morte de Anderson. Um dos locais de manifestação foi em frente ao IML (Instituto Médico Legal).
Anderson deixou duas filhas, de 15 e 18 anos, dois enteados, de 27 e 29 anos, um neto, de 5, e a mãe acamada de 86 anos, que sofre de Alzheimer.