Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos emitiram, nesta quarta-feira (27), um alerta sanitário aos médicos após identificar pela primeira vez no território continental do país uma bactéria que está por trás de uma doença rara e grave.
Com a investigação de dois casos de melioidose humana, a bactéria Burkholderia pseudomallei (B. pseudomallei) foi detectada em amostras de solo e água de poças da região da Costa do Golfo, no estado do Mississippi.
As duas pessoas, não relacionadas, viviam muito perto geograficamente e se infectaram com dois anos de diferença, em 2020 e 2022, o que levou as autoridades de saúde a investigar os produtos domésticos e o entorno de suas casas.
A melioidose provoca febre, dor articular e dor de cabeça, além de pneumonia, formação de abscessos e infecções sanguíneas.
Nos EUA, há em média 12 casos por ano, a maioria relacionada a viagens a regiões tropicais e subtropicais, onde a bactéria é endêmica.
Um grupo de 2021 que incluía quatro pessoas de quatro estados estava relacionado a um spray de aromaterapia importado contaminado.
A maioria das pessoas saudáveis que entra em contato com a bactéria não desenvolve a melioidose, mas a taxa de mortalidade global de quem adquire a doença é de 10 a 50%.
Os CDC aconselharam moradores do sul de Mississippi com condições subjacentes como diabetes, consumo excessivo de álcool ou doença renal ou pulmonar crônica, a tomar precauções extras.
Essas medidas incluem evitar o contato com a terra ou água lamacenta, proteger feridas abertas com curativos e usar botas e luvas impermeáveis ao realizar trabalhos no jardim.
“Dado o baixo número de casos de melioidose historicamente identificados nos Estados Unidos, os CDC consideram que o risco de melioidose para a população geral segue muito baixo”, afirmou a agência.